quarta-feira, 19 de março de 2014

Resenha : CORPORATE DEATH





A banda CORPORATE DEATH, oriunda de Jundiaí, formada em 2001, é sem dúvidas uma das melhores bandas do estilo na Cena do Interior Paulista e Nacional. Seu Death Metal com pitadas Grind é muito bem executado e abusa de forma positiva da técnica, conseguem ritmar com extremismo e quebradas interessantes. Atualmente a banda é um power trio, e segue sem baixista, por outro lado, os blastbeats, os riffs insanos, e os vocais rasgados e guturais, compensam, e MUITO está ausência, contúdo, vale ressaltar que as linhas de baixo apresentada nos trabalhos é executada no estúdio pelo Damien, também guitarra da banda.

Levando em consideração os 2 albuns Full da banda, a mesma teve alteração apenas nas baquetas, seu primeiro álbum foi gravado por Paulo Pinheiro, que no ano seguinte (2009) deu lugar para Rafael Cau, retornando a banda após gravado o primeiro single no ano de 2003. As apresentações, seguem com o POWER TRIO, pelos motivos já mencionados.

Vamos aos discos !!!!!!

O Corporate Death, possui um single de 2003, nomeado "Rehearsal", uma demo de 2005 chamada "Ways to the Madness" e os 2 FULL que serão tratados nesta resenha.

Bem, é muito 'fácil' falar deste disco, pois foi uma surpresa boa para qualquer fã do estilo no ano passado (2013), já começando pela intro do mesmo, também o destaque pela EVOLUÇÃO TÉCNICA em todas as partes. Confesso que me chamou atenção as linhas de bateria, mais velozes e sólidas. Nota-se também que há uma pitada mais latente de Grindcore em várias passagens, novas influências (o que não se fez perder a essência) surgiram e conseguiram deste modo algo novo e diferenciado. Este disco cravou novamente o proposito pelo qual estão na ativa há 10 ANOS, qualidade e seriedade, também nos faz refletir que os 5 anos de espera, valeram e MUITO a pena.

"ANGEL & WORMS" (2013)

FAIXA 01 - "Heretic Angels". A intro é envolvente e traz uma atmosfera que realmente deixa você na espectativa do que está por vir, na sequência, a brutalidade toma conta de seus ouvidos, doses sem miséria de blastbeats, guturais e riffs matadores, assim é moldado o primeiro som, constante, violento e poderoso.

FAIXA 02 - "Seeders of Discordia". Riffs versáteis são cituados de forma majestosa neste som, e não são poucos, uma tempestade de blastbeats acompanhadas dos vocais carregados, algumas quebradas recheadas de peso e ódio são adicionadas com backing vocal rasgado (ambos executados por Flavio) incrementando o som de forma singular. Poderiamos dizer, que este som representa bastante os elementos que a banda traz no play como um todo.

FAIXA 03 - "The Twilight". Um dos melhores sons, sem deixar sequer rastros de dúvida, traz bases mais cadênciadas, acompanhadas pelas incansáveis e impecáveis linhas de batera de Rafa Cau. Em seu refrão, possui pausas que dão outra vida a harmonia da música, essênciais para cravar sua indêntidade. Se não bastasse, encerram com bases extremamente pesadas e marcantes para finalizar a dilaceração auditiva.

FAIXA 04 - "Systematic Taste of Suffering". Se ainda assim, precisar de mais técnica e brutalidade para agradar vossos ouvidos, eis a faixa que estava procurando. Riffs precisos e repletos de técnica fazem o diferencial desta faixa, mas não para por ae, as linhas de bateria são muito bem exploradas e dinâmicas, seguindo a brutalidade e consistência já exposta. Enfim, pode-se dizer que o sincronismo está perfeito. Muito bem executado, e sem dúvidas chama atenção.

FAIXA 05 - "Beetween Worms". Velocidade à flor da pele! Já deu para sacar que a violência sonora explicíta não tem miséria por aqui, e para não deixar dúvidas as baquetas e o pedal duplo são uma constante, de impressionar, haja resistência. Para acompanhar este banho de sangue, os riffs seguem na mesma pegada, velocidade, um número menor de variações, mais reto nesse quesito. Os vocais rasgados, tem uma presença mais massiva e conclui com chave de ouro o que se deve mencionar desta faixa.

FAIXA 06 - 'The Bitter End". Os vocais novamente se destacam, a junção dos backing vocal rasgados em sincronismo com os guturais dão um contraste decisivo e marcante a estrutura deste som em específico. A impressão que se tem é uma música quebrada em duas, conseguimos identificar uma boa diferença na estrutura da música, de forma à destacar mais uma vez, que as composições são minusciosamente encaixadas, sem perder a brutalidade e técnica.

FAIXA 07 - "Symmetric Imperfection". Um dos destaques do play, já na intro se tem uma energia incrível, a execução total deste som é magnífica, cada virada, riff, gutural, funcionam de forma única, demonstrando um entrosamento de alto nível. Daquelas que precisamos ouvir algumas vezes para captar todos os elementos. Falando em elementos, são explorados exponencialmente, linhas ousadas e experimentais definem este petardo, que sem sombra de dúvidas é notório.

FAIXA 08 - "World of Afflictions". As inúmeras transições que contém, chamam atenção. Variações infindáveis de riffs ritmados de maneira desafiadora, se levarmos em consideração os demais sons, quando seus ouvidos entram em sua zona de conforto, novas linhas são introduzidas e a coisa toma novas e imprevisíveis formas. Uma composição impecável e cheia de surpresas.


Não só o disco, mas o show demonstra o porque estão há 10 anos defendendo a bandeira do Death Metal Nacional, uma banda que ver um único show, não ficará satisfeito.

Tracklist:

1.   Heretic Angels        04:18  
2. Seeders of Discordia 03:37  
3. The Twilight 03:19  
4. Systematic Taste of Suffering 03:17  
5. Between Worms and Feelings 03:14  
6. The Bitter End 03:50  
7. Symmetric Imperfection 02:57  
8. World of Afflictions 03:45  
28:17


                                                            Arte por Damien Mendonça




Muitas variações nos riffs dentro de cada música em particular, muito técnico e quebrado, sai daquela coisa começo meio e fim, bateria consistente com blastbeats intensos e as viradas quebradas, vocais rasgados e guturais como caracteristico e de muita presença em ambas as técnicas, sem falar de sua execução, a presença vocal nos obriga a parar tudo e prestar BEM atenção.

"Terminate Existence" (2008)

FAIXA 01 - "Bellum Omnia Omnes".  A intro já da um ar distorcido e pútrido, conseguimos imaginar um cenário com MUITA morte, desgraça e inospitalidade. Neste clima agradável, iniciamos a audição amena hehe.

FAIXA 02 - "Living Funeral". A transisão da entrada é chamativa, puxada por riffs técnicos e explorando o vocal duplo, que já mostrou encaixar perfeitamente em todas as músicas da banda. O refrão traz um lado bem DARK, envolvendo o ouvinte. No refrão, Flavio solta a voz de forma lenta e expressiva terminando de deixar a coisa obscura e fascinante. A composição como um todo é muito boa, reafirma mais uma vez, o ótimo trampo dos caras.

FAIXA 03 - "Contagious Insanity". Uma atmosfera também negra, riffs densos, a estrutura funciona muito bem. Como caracteristico, algumas mudanças -sempre bem exploradas- num sincronismo inteligente, deixando o 'comodismo' sonoro de lado e permitindo acompanhar cada uma das passagens surpreendentes.

FAIXA 04 - "Inherit". Mais uma vez Damien surpreende com suas bases repletas de solos e variações, a composições mais uma vez chama atenção, os blastbeats também estão presentes. Nesta faixa conseguiram encontrar uma estrutura volúvel e sensata, não fugindo demais, mas também deixando de lado o som reto.

FAIXA 05 - "Fading Existence". Se você está com problemas para executar o bom e velho headbanging, o Corporate Death compos um som para cura-lo. Violentissímo, e vale ressaltar mais uma vez os vocais carregadissímos, mas desta vez no refrão. Um dos melhores sons do play, traz um clima denso e intenso.

FAIXA 06 - "Slaves of Madness". Não só a faixa, mas a letra demonstra de forma explicita a idolatria de um povo alienado, para com um deus cheio de bondade inexistente. O som é mais cru que os demais, reto, sem abuso técnico.

FAIXA 07 - "Preying the Soul". Um pedrada absoluta, a impressão é que uniram todas as caracteristicas citadas em todas as faixas, e uniram neste único som. Mais um destaque do play, daquelas que tem que abrir uma gelada e deixar a mente entender o que está rolando, excelente.

FAIXA 08 - "Terminated Horizons". A intro de todas as transições mostram a versatilidade e facilidade com a qual Damien, coloca seu som e encorpora sua música ao som. Este é mais um som que não deixa mentir, a identidade da banda é única, e isso é algo muito raro de se ver, além de demonstrar personalidade e atitude. Se procura por uma infinidade de bases soladas, divirta-se.

FAIXA 09 - "Painful Way". Para recordar os fãs de Death Metal sobre a importância do Blastbeat, a faixa tem ritmações consisas em suas passagens, ainda assim, consegue transmitir extremidade, os riffs são excelentes (todos eles, e não são poucos) e dão um toque singular ao som.

FAIXA 10 - "Pit of Despair". Sem dúvidas é o destaque do disco, uma das faixas mais poderosas da banda, som bem quebrado, uma avalanche de riffs destorcidos, para realmente fechar o play com a famosa chave de ouro, ou faixa de ouro neste caso. Matador.

Ao vivo, se tem uma base perfeita do que é passado no estúdio, tudo é executado em minúscias e contagiante.


Tracklist:

1. Bellum Omnia Omnes      01:10   instrumental
2. Living Funeral 04:41
3. Contagious Insanity 04:08  
4. Inherit 05:40
5. Fading Existence 03:12
6. Slaves of Madness 03:08
7. Preying the Soul 03:12
8. Terminated Horizons 05:08
9. Painful Way 04:17  
10.    Pit of Despair 04:21
38:57


                                                   Logo e Arte por Damien Mendonça

                                                               Foto Banda por André M.




CORPORATE DEATH é...


                                                       Foto Banda por Damien Mendonça

Damien Mendonça - Guitarra (... e Baixo estúdio)
Flávio Ribeiro
- Vocais principais e backing.
Rafael Cau - Bateria (2009- )

Ex Membro : Paulo Pinheiro - Bateria (2008)

Contatos:

Facebook page: https://www.facebook.com/corporatedeath
Está afim de OUVIR algumas canções da banda? ACESSE a Facebook Band Profile:
https://www.facebook.com/corporatedeath/app_2405167945


Enfim, de forma sucinta tentei expressar o que sinto e o que vejo em cada faixa dos dois CD's. Expus de forma sincera e pessoal tudo o que cada faixa e detalhe representa, espero que consigam absorver algo e que vão além, entrem em contato, peguem os plays e vão aos shows, está e muitas outras bandas merecem apoio e respeito TOTAL.

Para finalizar, não se esqueçam de olharem atentamente as artes, ambas de ar mórbido e pútrido, ganhem alguns minutos e confiram, inclusive, reparem no autor das mesmas, o nome é familiar para quem chegou até aqui na resenha. Até a próxima.

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